terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sobre o tempo, ou a falta dele.

Para vovó, com todo amor do mundo.



É engraçado como as pessoas se preocupam com coisas tão sem sentido no decorrer de cada dia. Elas se preocupam sem perceber que na verdade existem coisas muito mais importantes para valorizar, para notar.
Que existem pessoas muito mais importantes.
Para amar.
São reclamações sobre o fim de semana que termina, o emprego que não agrada, o trabalho que é preciso terminar, a falta de tempo. Ora, mas de que adiantaria ter mais tempo se ele não seria utilizado com aqueles que realmente importam?
São reclamações ainda sobre amores não correspondidos, como se as pessoas simplesmente se esquecessem de corresponder o amor daqueles que já nos amam. Daqueles que estão presentes agora.
Daqueles que podem nos amar apenas agora.
Como se esquecessem de olhar para aqueles que estão ao seu lado apenas por mais esse instante. Aqueles que te incomodam pelo simples fato de estarem ali, sem que você perceba que tal incomodo na verdade é amor, é vontade de ver a pessoa melhor, mais saudável e mais feliz.
E então, tão de repente quanto uma luz que se acende, você percebe que aquela pessoa pode ser tirada de você. Que aquelas reclamações fúteis eram suas reclamações também.
Você percebe o tempo que desperdiçou.
Porque quando você perde alguém que ama, não importa o que te digam ou o quanto façam você se sentir melhor. Tudo que você sente é a falta que aquele alguém te faz.
E o tempo que você poderia tê-la amado.
E todas as vezes que ela pedia para ir embora antes de escurecer e nós apenas riamos e começávamos mais uma partida de buraco, com o argumento de que ainda estava cedo e aquela era a última.
Talvez se tivéssemos ido até ela, conversado, compartilhado aquele momento. Se tivéssemos gastado aquele tempo amando-a em vez de jogando mais uma partida de buraco.
Talvez o tempo não seria desperdiçado.
Talvez ela seria mais feliz.
E talvez ela sempre foi feliz e esse texto é apenas um pedido para poder compartilhar sua felicidade por mais tempo.
Talvez esse texto seja na verdade apenas uma despedida que ninguém queria fazer agora.
Talvez esse texto seja apenas um desabafo e amanhã pela manhã as lágrimas tenham chegado e partido, e esse sentimento sem sentido tenha partido com elas.
Talvez amanhã ela esteja conosco mais uma vez.
Ou talvez amanhã ela esteja com Ele.

E no fim, amanhã ela realmente esteve com Ele.
Em Paz.

sábado, 26 de outubro de 2013

Eldest, Christopher Paolini


Como prometido na resenha de Eragon, terminei o segundo livro do Ciclo A Herança (Eragon, Eldest, Brisingr e Herança) e depois de alguns dias de enrolação cá estou para mais um post. Porém, se você ainda não leu o primeiro volume da saga e não é fã de spoilers, aviso logo que não vou conseguir fazer isso sem citar coisas do volume anterior.


Um primeiro ponto que ao meu ver é ótimo é o resumo da obra anterior logo no começo. É maravilhoso porque pra quem não vai ler um em seguida do outro (até porque os livros tiveram um intervalo razoavelmente grande entre cada um), sempre pode acontecer de não lembrar mais o que aconteceu ou em que ponto a história parou, e lá está, antes do primeiro capítulo, um resuminho de poucas páginas sobre tudo que é preciso recordar.

Dando continuidade, Eldest começa com o término da guerra em Farther Dûr e a viagem de Eragon para Ellesméra, a capital dos elfos, para seguir com seu treinamento de Cavaleiro de Dragão. Entretanto, o ferimento imprimido pelo espectro Durza está sempre presente e atrapalhando o protagonista. E como atrapalha! É tanto ataque de dor que você fica com pena do menino e desejando que a espécie das orelhas pontudas tenha algum conhecimento extra sobre magia para ajudá-lo, e sinceramente, o jeito como ele consegue essa ajuda é fantástico e inesperado.

Quando comparado com Eragon, a escrita de Paolini evolui, os diálogos são no geral melhores, mas algumas coisas ainda soam um tanto forçadas enquanto outras são realmente muito boas, como a celebração do juramento de sangue e o novo mentor do cavaleiro. Além disso, o livro também intercala os acontecimentos entre os dois primos de Carvahall, voltando a mostrar com bastante frequência o que acontece com Roran e todo o vilarejo.

O volume segue com muitos conflitos – emocionais e físicos –, problemas políticos, injustiças, guerras, traições e verdades. Os dragões se tornam ainda mais presentes e muito sobre a história deles é revelada, assim como a origem de outros personagens como Eragon, Arya, Brom e até mesmo outras espécies, tornando o volume cheio de informações fascinantes e familiarizando o leitor ainda mais com esse muno criado pelo jovem escritor.

É uma obra grande, mas cada página vale a pena e a leitura segue sem que você perceba quantas folhas já foram deixadas para trás. Já comentei na resenha anterior, mas repito: se você aprecia uma história fantástica cheia de dragões, elfos e anões, o livro está totalmente recomendado.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Eragon, Christopher Paolini


Há alguns meses, comprei o último livro do Ciclo A Herança (composto por: Eragon, Eldest, Brisingr e Herança). Como minha leitura dos três primeiros volumes ocorreu há alguns anos, decidi reler para fechar a série com chave de ouro e já aproveito para fazer a resenha de cada um deles para o blog.

Eragon relata a história do protagonista de mesmo nome, um humilde garoto de 15 anos que mora com seu tio Garrow e seu primo Roran, no até então pacato vilarejo de Carvahall. Vivendo numa fazenda não muito lucrativa e tendo que caçar para conseguir sustentar a família, é nessa situação que o rapaz se depara com uma “pedra” magnífica e provavelmente fruto de magia.

Entretanto, a pedra na verdade é um ovo de dragão, do qual nasce a incrível Saphira, um dragão totalmente apaixonante que muda completamente a história do agora Cavaleiro de Dragão, que conquista cada vez mais nomenclaturas honradas no decorrer da obra (e do ciclo).

Christopher Paolini começa sua saga com um primeiro volume interessante, mas – assim como toda primeira obra – não perfeita. Ainda assim, tendo em vista a idade em que começou a escrever (apenas 15 anos!), o feito é louvável. O autor cria um mundo novo com uma história marcada por traição e sangue, alguns personagens que poderiam ser mais explorados e alguns diálogos não tão naturais.

Com esses comentários, você pode pensar que o livro é ruim ou que eu não gostei. Mentira. A narração é simples, o que torna a leitura rápida e gostosa, fazendo você mergulhar na história e compartilhar os voos cheios de malabarismos de Saphira e seu Cavaleiro. E se por acaso você já viu o filme, não se engane, os dois são bem diferentes, desde cenas que não existem até características físicas de várias personagens. (eu particularmente me revoltei com a Aria do filme não ser morena e mais ainda com o Brom não ser o senhor aparentemente mais velho que ele é no livro, imaginava ele quase um Dumbledore. haha)

Além disso, eu estava relendo e nesse ato sempre presto mais atenção nos defeitos, pois a história já é conhecida. Portanto, se você aprecia uma história fantástica cheia de dragões, elfos e anões, o livro está totalmente recomendado.