Para o coisongo, porque você sempre ajuda a tapar os furos do meu coração.
Te amo. Sempre. ♥
A
gente nasce com o coração inteiro, livre pra voar e cheio pra ficar sempre
flutuando, preso pelas mãos como um balão daqueles que buscam sempre o céu.
No
começo, eles são perfeitos, puros e ingênuos, acreditando que nada no mundo
pode machucá-los. Acreditando que vão permanecer sempre imaculados e bem
cuidados.
Ledo
engano.
Logo
mostramos nosso tesouro aos outros e em pouco tempo nos vemos com um coração
todo machucado. Cheio de cicatrizes e furos tapados com duréx. Ele continua se
esforçando pra voar, mas o ar vai escapando um pouco a cada furo, tornando-o
murcho mesmo depois de remendado.
Alguns
têm a sorte de achar uma boa alma que consiga gás para enchê-los de novo.
Outros só o escondem para que ninguém veja o tesouro destruído. E alguns também
tentam mantê-lo flutuando com o próprio ar, soprado direto dos pulmões.
Mas
oxigênio não faz balão nenhum flutuar. E às vezes não conseguimos encontrar a
fonte do gás antes de desistirmos e escondermos nosso coração.
Outras
vezes, mesmo enchendo-o de todas as formas possíveis, mesmo produzindo sua
própria fonte de gás, às vezes os machucados são tantos que nem duréx nem fita
crepe conseguem repará-lo.
Às
vezes o balão tem tantos furos que não podemos mais repará-lo. Às vezes a melhor
solução é desistir, escondê-lo ou desistir de fazê-lo voar. Às vezes nosso
coração murcha e a gente simplesmente não sabe mais como concertar ele sozinho.
Às
vezes a gente cansa de acreditar que ele pode voar.
Às
vezes a gente o deixa cair e cai junto, na realidade: coração não é balão.
Coração não voa nem fura, ele só bombeia sangue – e até nisso chega uma hora
que ele falha.