domingo, 4 de agosto de 2013

A Guerra dos Tronos, George R. R. Martin


O primeiro livro da saga As Crônicas de Gelo e Fogo, que deu nome para a série tão aclamada da HBO, se passa principalmente no continente de Westeros, um lugar com lordes e damas, reis e rainhas com toda sua glória, mas também de bastardos e criaturas sobrenaturais.
Nesse mundo não totalmente diferente da nossa realidade, inverno e verão podem durar anos e não são apenas estações frias e quentes, vão muito além disso. O verão é tempo de prestígio e vitória, enquanto o inverno trás a noite e o perigo, e como dizem os que carregam o sobrenome Stark, o inverno está chegando.

“Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre. Não existe meio-termo.”

A história começa quando Jon Arryn, a mão do rei (que é basicamente um braço direito, alguém que aconselha e que fala por nome do soberano), morre de forma um tanto quanto suspeita e o único amigo que o rei Robert Baratheon realmente confia é o senhor de Winterfell, Lorde Eddard Stark, o que acaba fazendo com que ele se torne a nova mão do rei.
Eddard abandona então sua casa e vai para a capital do reino para assumir seu papel e também investigar a morte de Jon. Entretanto, antes mesmo de chegar à corte outras tragédias acontecem e cada vez fica mais claro que alguém trama contra ele e também contra o rei.
O livro segue em diferentes pontos da história, sendo cada capítulo em torno de um personagem importante. Como na realidade, muitas coisas podem acontecer ao mesmo tempo, assim também é em A Guerra dos Tronos e o escritor vai aos poucos relatando fatos paralelos e cada vez mais intrigantes.
Através dos diferentes pontos de vista, George Martin consegue transmitir diferentes opiniões sobre os mesmos fatos e mostrar que nem tudo é preto no branco. Consegue mostrar que existem coisas que fazemos por amor e outras que fazemos por honra, e que nem sempre os dois andam juntos: às vezes, é preciso escolher.

“Um covarde pode ser tão bravo como qualquer homem quando não há nada a temer. E todos cumprimos o nosso dever quando ele não tem um preço. Como parece fácil então seguir o caminho da honra. Mas, cedo ou tarde, na vida de todos os homens chega um dia em que não é fácil, um dia em que ele tem de escolher.”

Com alguns personagens apaixonantes e outro odiáveis, o autor mostra também a realidade de que todos temos qualidade e defeitos e que no fundo não somos perfeitos. Todos temos o bem e o mal dentro de nós.
E, também como na realidade, a vida não carrega sempre finais felizes e o pior pode sim acontecer. E acontece. De forma que o leitor, a cada página, sente a ansiedade e o mistério e quer acreditar que aquilo que parece, não acontecerá, ou não está realmente acontecendo.

“Mas uma voz em seu interior sussurrou: Não há heróis, e ela se lembrou do que Lorde Petyr lhe dissera, ali naquela mesma sala: “A vida não é uma canção, querida. Poderá aprender isso um dia, para sua decepção”. Na vida, os monstros vencem, disse a si mesma...”

Todos esses detalhes fazem do livro uma história incrível e completamente envolvente. Uma série que merece a fama que vem conquistando e que, mesmo para os que não gostam do estilo, merece ser apreciada.

“Somos apenas humanos, e os deuses nos moldaram para o amor. Esta é a nossa grande glória e a nossa grande tragédia.”

Uma história de glórias e também de tragédias. Mas que no fim, vale a pena ser lida.