por M. Deméter
Bom, esse post está um tanto quanto atrasado, mas é o que dizem: antes tarde do que nunca.
Eu prometi pra alguns que um dia sairia, e saiu. (:
Post comemorativo de 1.000 visualizações (que já são mais que 1.000)
Estavam
dentro de um ambiente fechado, com um cheiro forte e vozes ao fundo. Vozes e
risadas, intercaladas.
—
Ouvi dizer que ela quer finalmente comemorar a data especial. – falou Blue.
—
Já era hora, não é mesmo? Depois de mais de um mês, está um pouco atrasada.
—
Pink, mas foi muito melhor assim, pelo menos tivemos esse tempo de atraso para
viver um pouco mais de nossas vidas.
—
E qual o objetivo de viver nossas vidas? – questionou, franzindo o cenho.
—
Ora, não interessa o objetivo...
A
voz ao fundo parou. Dessa vez o som eram passos se aproximando. Blue olhou ao
redor, assustado, e depois continuou.
—
Interessa que a vida é nossa e temos direito de vivê-la.
—
Mas existimos apenas para comemorar esses momentos, não temos nossa vida para
viver, nascemos apenas para queimar, Blue!
—
E se eu quiser viver para viver? E não apenas para queimar pela comemoração dos
outros?
Os
passos pararam muito próximos. Uma gaveta se abriu, por sorte, não a deles.
—
Imagine que depressivo seria se Faísca também pensasse assim, ele dura apenas
alguns segundos depois de aceso. Você deveria estar feliz por poder comemorar
várias vezes e com vários humanos diferentes, em vários tipos de datas e
coberturas.
—
Pois não fico, quero uma vida só minha, quero ser esquecido no fundo da gaveta
ou perdido numa sacola rasgada. Prefiro isso a sentir o fogo queimar na minha
cabeça!
A
gaveta se fechou e dessa vez, com o som de outra se abrindo, a ambiente se
movimentou, chacoalhando um pouco e ficou totalmente iluminado.
—
Não é possível, Blue, devem ter errado na sua fabricação. – gritou Pink,
enquanto a mão se aproximava.
—
É mesmo, talvez eu não sirva para ser uma vela, talvez eu devesse ser como
eles: humanos, com isqueiros em mãos prontos para queimar criaturas como você e
Faísca!
Os
dedos chegaram. Agarraram os dois.
Segundos
depois, Blue foi deixado de lado na mesa enquanto Pink foi colocada em cima de
uma cobertura toda colorida, o fundo branco e desenhos em tons delicados com
letras desenhadas sobre as cores.
Seus
pés encheram-se com o chantilly, a mão se aproximou mais uma vez, acendeu o
isqueiro e o fogo queimou a cabeça toda rosada dela enquanto as vozes voltavam,
cantando um ritmo alegre.
—
Parabéns pelas mil visualizações. – um dos convidados falou logo depois da
canção.
Blue
apenas olhava, agradecendo por não ser ele a primeira opção, e ainda revoltado
com sua existência.