por M. Deméter
Bom, esse texto foi feito primeiramente como presente para o meu amigo homônimo ao protagonista, mais conhecido como Diones. (:
Segundamente, foi feito com o tema do mês do grupo Céu Literário, que é uma rede de divulgação de blogs de literatura, por isso, vou colocar no final alguns links de outras pessoas/blogs que escreveram com o tema
Espero que gostem. (e comentem, seus lindos)
Rússia,
século XIV. O jovem soldado Huirian Suzin percorria a planície coberta pela
neve. Os passos se davam numa marcha lenta e difícil, os pés afundando naqueles
flocos brancos que caiam do céu e se acumulavam no solo.
Estava
andando rodeado pelo vento severo do inverno já há alguns dias, fora enviado para
a guerra já há alguns meses. O rapaz vivia numa pacata cidade russa, uma noiva
o aguardava, junto com pais preocupados e um irmão caçula que o idolatrava.
Contudo, não poderia ter dito não ao seu governo quando a carta do exército
chegou, assim como muitos, ele era dotado de um patriotismo que marcaria seu
destino.
Perdeu-se
de seus companheiros de pelotão quando estavam envolvidos numa armadilha do
inimigo. Balas de diversos tipos corriam no ar sem rumo certo, os soldados
imitavam o movimento em busca da liberdade e da vida. Não era de se admirar que
o protagonista tenha escolhido um caminho diferente dos outros, assim como
muitos também estavam vagando sozinhos pela região, bastava apenas sobreviver
tempo suficiente para encontrá-los.
Sobreviver,
esse era o problema. Como sobreviver sem nenhum estoque de mantimentos naquele
inverno bruto? Nem mesmo os nativos conseguiam suportar a neve e o vento sem
comida e trocas de roupas, afinal, fora esse mesmo o erro de grandes impérios
em tempos passados e futuros.
Entretanto,
os dias passavam e Huirian não conseguia encontrar mais nenhum soldado de seu
pelotão, começara a ficar preocupado com seu destino no dia anterior, quando a
bota começava a mostrar sinais de que logo mostraria um furo no tecido. Ele não
tinha muito tempo sozinho, e os inimigos continuavam a espreita, estes o russo
já havia encontrado aqui ou ali algumas vezes, enquanto escondia-se.
Enquanto
isso, na cidade a senhorita Michllat recebia uma carta explicando que o noivo
havia se perdido do grupo e ainda não fora encontrado – duvidava ela que ao
menos estava sendo procurado, muitos acabavam com o mesmo destino e ela sabia
bem que não poderiam ir atrás de todos em tempos de guerra –, rezava todas as
noites pedindo que por algum milagre que fosse seu amado fosse encontrado vivo
pelos aliados.
O
inverno estava se transformando em primavera e, nos locais mais quentes do
país, já era possível detectar a neve derretendo e algumas plantas lutando para
germinar.
Na
região em que Huirian se encontrava, porém, o clima era muito mais austero e as
plantas não tinham espaço para crescer ainda.
O
soldado já abandonara a esperança, perdera a conta de quantos dias haviam
passado, escondia-se na floresta e movimentava-se pouco, tentando evitar as
rajadas de vento que estavam presentes fora da proteção das árvores. Seus ossos
começavam a marcar sobre a pele, devido à falta de comida, e as armas já
estavam sem munição alguma.
Rússia,
8 dias depois. Era noite, o céu estava limpo e estrelado, como se as flores que
não conseguiam nascer através da neve decidissem ir para cima e brotar como
estrelas, irradiando beleza e iluminando a noite.
Lá
em baixo, já não numa planície, mas numa clareira com vista para a lua cheia,
Huirian Suzin movimentava-se com dificuldade, tentando não fazer barulho e
conseguir o primeiro animal que vira na semana, uma fonte de alimento.
Um
pouco acima, entre as árvores, um soldado fazia guarda do acampamento inimigo.
Apesar de parecer fraco e não oferecer perigo, Huirian ainda era um jovem
russo, e vestia o uniforme de seu país.
O
inimigo avistou um leve movimento da clareira, mirou a arma carregada e
reconheceu o uniforme.
Atirou.
A
neve manchou-se de vermelho, quando o sol nasceu escondendo as estrelas, o
vermelho ainda brilhava em contraste com o branco.
Na
cidade, a noiva receberia outra carta, em plena primavera. Uma mensagem que
faria com que aquele ano todo fosse um inverno para sua alma, um inverno muito
mais rigoroso e que demoraria muito mais para terminar.
O tema do mês era mudança de estação. Outros textos:
Que bonito e triste, coisonga. ><
ResponderExcluirÉ lindo ver como sua escrita tem evoluído. Você não devia ficar tanto tempo sem escrever... u_u
"Era noite, o céu estava limpo e estralado, como se as flores que não conseguiam nascer através da neve decidissem ir para cima e brotar como estrelas, irradiando beleza e iluminando a noite."
Eu super acho que esse seu plot de guerra e tal é super legal e pode render muitos outros textos ótimos. *-*
Gostadíssimo. ♥
posso falar que a parte que quotou é a que mais gostei também? =x USHAUSHAUHS
Excluircoisongo, ownt, obrigada.
E chega de plots que vocês mandam fazer crescer! Tem o texto da Miela já que eu aceitei fazer virar uma long! =O (e tem guerra -q)
Mas obrigada again, eu entendo que querer alimentar ele e torná-lo um plot gradalhão é dizer que gostou dele. =P e isso é legal.
(e eu to meio deer pra comentar, porque né, não sou madrugadora viciada igual certos coisos.. cofcof)
Enfim, que bom que gostou. (:
Gostadíssimo seu comentário. <3
Caramba, valeu a pena esperar, é uma obra prima(ainda mais com um personagem viril como esse rsrs)
ResponderExcluirFada, eu amei!
adorei ser russo, e adorei a morte heroica.
Vou ter que te escrever muito pra compensar, simplesmente amei.
<3
Aeaeae, que bom que gostou, dionees. =D
ExcluirEu deixo cê escrever mais. ^^
"Na cidade, a noiva receberia outra carta, em plena primavera. Uma mensagem que faria com que aquele ano todo fosse um inverno para sua alma, um inverno muito mais rigoroso e que demoraria muito mais para terminar."
ResponderExcluirAin, gente. Não sei se fico mais triste por ele ou por ela!
Texto lindo, Maahzoca.
Gostei gostado <3
Todos gostando gostado ou gostadíssimo, adorei. *-*
Excluirhaha. obrigada, dine <3
Por mim que morri né.
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