O
primeiro livro da saga As Crônicas de
Gelo e Fogo, que deu nome para a série tão aclamada da HBO, se passa
principalmente no continente de Westeros, um lugar com lordes e damas, reis e
rainhas com toda sua glória, mas também de bastardos e criaturas sobrenaturais.
Nesse
mundo não totalmente diferente da nossa realidade, inverno e verão podem durar
anos e não são apenas estações frias e quentes, vão muito além disso. O verão é
tempo de prestígio e vitória, enquanto o inverno trás a noite e o perigo, e
como dizem os que carregam o sobrenome Stark, o inverno está chegando.
“Quando
se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre. Não existe meio-termo.”
A
história começa quando Jon Arryn, a mão do rei (que é basicamente um braço
direito, alguém que aconselha e que fala por nome do soberano), morre de forma
um tanto quanto suspeita e o único amigo que o rei Robert Baratheon realmente
confia é o senhor de Winterfell, Lorde Eddard Stark, o que acaba fazendo com
que ele se torne a nova mão do rei.
Eddard
abandona então sua casa e vai para a capital do reino para assumir seu papel e
também investigar a morte de Jon. Entretanto, antes mesmo de chegar à corte
outras tragédias acontecem e cada vez fica mais claro que alguém trama contra
ele e também contra o rei.
O
livro segue em diferentes pontos da história, sendo cada capítulo em torno de
um personagem importante. Como na realidade, muitas coisas podem acontecer ao
mesmo tempo, assim também é em A Guerra
dos Tronos e o escritor vai aos poucos relatando fatos paralelos e cada vez
mais intrigantes.
Através
dos diferentes pontos de vista, George Martin consegue transmitir diferentes
opiniões sobre os mesmos fatos e mostrar que nem tudo é preto no branco.
Consegue mostrar que existem coisas que fazemos por amor e outras que fazemos
por honra, e que nem sempre os dois andam juntos: às vezes, é preciso escolher.
“Um
covarde pode ser tão bravo como qualquer homem quando não há nada a temer. E
todos cumprimos o nosso dever quando ele não tem um preço. Como parece fácil
então seguir o caminho da honra. Mas, cedo ou tarde, na vida de todos os homens
chega um dia em que não é fácil, um
dia em que ele tem de escolher.”
Com
alguns personagens apaixonantes e outro odiáveis, o autor mostra também a
realidade de que todos temos qualidade e defeitos e que no fundo não somos
perfeitos. Todos temos o bem e o mal dentro de nós.
E,
também como na realidade, a vida não carrega sempre finais felizes e o pior
pode sim acontecer. E acontece. De forma que o leitor, a cada página, sente a
ansiedade e o mistério e quer acreditar que aquilo que parece, não acontecerá,
ou não está realmente acontecendo.
“Mas
uma voz em seu interior sussurrou: Não há
heróis, e ela se lembrou do que Lorde Petyr lhe dissera, ali naquela mesma
sala: “A vida não é uma canção, querida. Poderá aprender isso um dia, para sua
decepção”. Na vida, os monstros vencem,
disse a si mesma...”
Todos
esses detalhes fazem do livro uma história incrível e completamente envolvente.
Uma série que merece a fama que vem conquistando e que, mesmo para os que não
gostam do estilo, merece ser apreciada.
“Somos
apenas humanos, e os deuses nos moldaram para o amor. Esta é a nossa grande
glória e a nossa grande tragédia.”
Uma
história de glórias e também de tragédias. Mas que no fim, vale a pena ser
lida.
Martin é demais, é como um stephen king que escreve histórias de aventura. Queria ter mais tempo(e dinheiro) pra ler todas as obras dele.
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