quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Último Natal (O Nome do Sonho)

Especial de Natal do meu livro, O Nome do Sonho, que estou terminando de escrever.
Feliz Natal, Sonhadores. (:

A campainha soou às nove horas da noite. O céu estava estrelado por trás da janela e Anne aguardava ansiosa que ele chegasse, por isso ao ouvir o toque correu até a porta entusiasmada.

— Eu atendo, mamãe! – gritou antes de chegar até a entrada.

A casa estava quente e com um cheiro de comida delicioso. A mesa arrumada com uma toalha vermelha por baixo e outra de renda branca por cima. Copos e talheres bem organizados e guardanapos verdes dobrados em formato de pinheiro sobre os pratos.
Estavam apenas esperando Antony para começarem a ceia de Natal: tradição realizada todos os anos pela família Elpis.

— Feliz Natal, Vovô! – Anne cumprimentou abraçando o mais velho assim que abriu a porta.

Ele vinha sempre todo de vermelho e com um gorro natalino. Anne sabia que os presentes eram comprados pelos amigos e familiares, mas o avô insistia da vestimenta temática mesmo assim; outra tradição.

— Feliz Natal, querida. – respondeu acariciando os cabelos da neta. – Por que não me ajuda a levar os presentes para dentro?

Ele apontou para as sacolas com a mão e empurrou uma delas com o pé, piscando para a menina. Era um sinal que eles tinham, todo ano ele mostrava qual dos presentes era o dela e, escondida, Anne abria antes da ceia e sem autorização da mãe.
O presente nunca era o único, Antony acabava sempre entregando mais alguma coisa á ela depois de jantarem e brindarem o feriado. Helena reclamava dizendo que estava mimando a garota e depois entrega também alguns presentes à filha. Para Anne, era a melhor parte da noite.
O recém-chegado foi até a cozinha cumprimentar a filha e o genro enquanto, seguindo as instruções do avô, a criança pegou as sacolas apoiadas no chão e correu para deixá-las em baixo da árvore.
Sentou no tapete da sala e abriu o primeiro de seus presentes. Era uma varinha escura, acompanhada de um livro e um cartão prometendo que o avô fazia questão de ler para ela; um estímulo à suas fantasias em casa um dos itens.

— Anne, será que todo ano preciso dizer que a hora de abrir os presentes é depois da ceia? – Helena apareceu com uma bronca, mas o tom não era bravo. – Venha, a comida está na mesa.

O estômago da menina roncou assim que a mãe terminou a sentença e as duas riram abertamente. Aquela época do ano era sempre assim, cheia de tradições, risadas e alegrias.

Ao menos até aquele ano. O último que todos passariam juntos.

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