Especial de Natal do meu livro, O Nome do Sonho, que estou terminando de escrever.
Feliz Natal, Sonhadores. (:
A
campainha soou às nove horas da noite. O céu estava estrelado por trás da
janela e Anne aguardava ansiosa que ele chegasse, por isso ao ouvir o toque
correu até a porta entusiasmada.
—
Eu atendo, mamãe! – gritou antes de chegar até a entrada.
A
casa estava quente e com um cheiro de comida delicioso. A mesa arrumada com uma
toalha vermelha por baixo e outra de renda branca por cima. Copos e talheres
bem organizados e guardanapos verdes dobrados em formato de pinheiro sobre os
pratos.
Estavam
apenas esperando Antony para começarem a ceia de Natal: tradição realizada
todos os anos pela família Elpis.
—
Feliz Natal, Vovô! – Anne cumprimentou abraçando o mais velho assim que abriu a
porta.
Ele
vinha sempre todo de vermelho e com um gorro natalino. Anne sabia que os
presentes eram comprados pelos amigos e familiares, mas o avô insistia da
vestimenta temática mesmo assim; outra tradição.
—
Feliz Natal, querida. – respondeu acariciando os cabelos da neta. – Por que não
me ajuda a levar os presentes para dentro?
Ele
apontou para as sacolas com a mão e empurrou uma delas com o pé, piscando para
a menina. Era um sinal que eles tinham, todo ano ele mostrava qual dos
presentes era o dela e, escondida, Anne abria antes da ceia e sem autorização
da mãe.
O
presente nunca era o único, Antony acabava sempre entregando mais alguma coisa
á ela depois de jantarem e brindarem o feriado. Helena reclamava dizendo que
estava mimando a garota e depois entrega também alguns presentes à filha. Para Anne,
era a melhor parte da noite.
O
recém-chegado foi até a cozinha cumprimentar a filha e o genro enquanto,
seguindo as instruções do avô, a criança pegou as sacolas apoiadas no chão e
correu para deixá-las em baixo da árvore.
Sentou
no tapete da sala e abriu o primeiro de seus presentes. Era uma varinha escura,
acompanhada de um livro e um cartão prometendo que o avô fazia questão de ler
para ela; um estímulo à suas fantasias em casa um dos itens.
—
Anne, será que todo ano preciso dizer que a hora de abrir os presentes é depois
da ceia? – Helena apareceu com uma bronca, mas o tom não era bravo. – Venha, a
comida está na mesa.
O
estômago da menina roncou assim que a mãe terminou a sentença e as duas riram
abertamente. Aquela época do ano era sempre assim, cheia de tradições, risadas
e alegrias.
Ao
menos até aquele ano. O último que todos passariam juntos.
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