Esse conto também vai sair no Amora Literária, o site é ótimo, espiem lá. (:
Uma
vez me disseram que amar era apenas questão de tempo, que – cedo ou tarde –
todos passariam por isso.
Perguntei-me:
Será?
Tudo
que sei é que não sei amar, só sei escrever. Ora, até me apelidaram de Máquina
de Escrever durante um tempo, na escola. Sim, aquele objeto que produz vocábulos,
sem sentimentos e sem saber sentir, mas que ao mesmo tempo consegue juntar as
letras e criar tão belas palavras.
Palavras.
Elas são tudo que sempre tive. Apenas as palavras.
Mas
não posso ser injusto. Talvez se quisesse teria também as pessoas. Não quis.
Não depois de tanto tempo observando, sentado em minha escrivaninha tocando os
botões que carimbavam letras no papel, percebi que nunca poderia querer
pessoas.
Não
julgue! É exatamente por isso – e por outra série de motivos – que não as
quero. As palavras sim sabem ser boas companhias. Deixam-me ordená-las como
melhor me agradar e colocá-las como preferir.
Talvez
eu seja um tanto autoritário demais, por isso não quero nem sentimentos nem
pessoas. É impossível controlá-las e tê-las verdadeiramente e, por isso,
impossível não se ferir com elas.
Mas
ora, também não sei sofrer.
Sei
apenas escrever.
E
ler.
Como diz Zé Ramalho "Quanto o tempo o coração, leva pra saber, que o sinônimo de amar é sofrer..."
ResponderExcluirAs vezes é melhor ser folha do que tinta, e escrito do que escritor.
ResponderExcluirlindo fada.
Me identifiquei. Na maioria das vezes, também prefiro a companhia das palavras a das pessoas.
ResponderExcluirque lindo você aparecendo no meu blog do naca, micaelzo <3 <3
Excluirsaudade =/