Fantasmas
do Século XX é nada mais nada menos que uma coletânea de 15 diferentes contos de Joe Hill.
Eu particularmente nunca fui fã de livros cheios de contos diferentes, sempre
preferi a grande e bela história cheia de personagens e reviravoltas – não que
contos não possam ter ótimos personagens e reviravoltas, mas é tudo menor e em
menos páginas.
Ou
seja, tudo isso contribuiu para a demora dessa resenha e também pela opinião
que virá a seguir.
Nunca
tinha lido nada do Joe Hill e não vou excluir ele da lista de escritores que
quero ler por conta de Fantasmas do
Século XX, mas preciso admitir que esperava muito mais do livro do que ele realmente é (ou do que eu achei).
Não
é que não gostei. A narração é boa, transmite bem as emoções e você se envolve
com as histórias, mas em compensação, alguns finais são tão do nada que meus
olhos passaram pra linha seguinte esperando continuar a leitura... só que não
tinha mais nada pra ler. O que quero dizer é que poxa vida, eu gosto de saber
se no fim o protagonista conseguiu sair daquela enrascada, ou se o pai dele
morreu, ou se o vilão é que se deu bem. É pedir demais?
Eu
gosto de saber o final que o escritor imaginou, independente dos finais que eu
possa imaginar durante a leitura. Eu gosto de um final oficial. Fora isso,
estou acostumada a ler contos de amigos que escrevem, e alguns deles são mais
incríveis do que a maioria dos que estavam nesse livro do Hill.
Entretanto,
dois contos desse livro foram simplesmente maravilhosamente maravilhosos, e por
culpa deles eu posso falar que gostei do livro, esperava mais, mas gostei.
O
primeiro deles é Pop Art, que conta a
história de um garoto com um amigo inflável. É, inflável, tipo um balão mesmo,
que pode estourar com uma agulha e tudo isso. Como o comentário na introdução, “Pop Art é transcendente”, e completo
que é cheio de emoções e de uma amizade adorável.
“Em
uma amizade... você só tem permissão para causar uma determinada quantidade de
dor. Isso é até esperado. Mas não pode causar nenhum ferimento grave; nunca, em
circunstância alguma, deve deixar feridas que irão resultar em cicatrizes
permanentes.”
Pop
Art.
O
segundo é Internação Involuntária,
que encerra a coletânea (desconsiderando o conto “bônus” nos agradecimentos).
Este se trata da história de Nolan, o qual enfrenta dois desaparecimentos em
sua vida e que é irmão de Morris, um garoto teoricamente com problemas mentais,
mas que ao mesmo tempo é autor de reflexões cheias de sentido.
“O
papai sempre me trazia caixas assim do trabalho dele. Ele sabia. Sabia como é
emocionante segurar uma caixa e não ter certeza do que ela contém. Do que pode
conter. Um mundo inteiro pode estar guardado lá dentro. Quem poderia saber,
vendo de fora? O insípido lado de fora.”
Internação
Involuntária.
Enfim,
talvez por ter ouvido falar tão bem de Joe Hill, eu tenha esperado muito dos
contos, mas independente disso, se você for ler Fantasmas do Século XX, o faça apenas apreciando suas palavras –
como elas realmente merecem ser apreciadas –, mas sem esperar histórias super extraordinárias.
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