domingo, 14 de julho de 2013

Meia-Noite

por M. Deméter


Bom, pessoal, esse texto eu escrevi para um Concurso de Textos (acho que é isso, chamam de CT) de um grupo lá no Face (A Varanda), o prazo era curtinho (quando eu cheguei tava em quase 30 minutos restando só) então ficou simples de tudo.
Mesmo assim, espero que gostem. Comentários são sempre bem aceitos, bem como seguidores. (:

Tema:
Já pensou em ligar quando você tomou algumas?
Porque eu sempre penso
Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu pra me apaixonar por alguém novo
Agora eu tenho pensado sobre isso
Me rastejando de volta para você
(Do I Wanna Know - Arctic Monkeys)



O telefone vibrou em seu bolso.
Quem poderia ser tão tarde? É claro que seus amigos sabiam muito bem que ele estaria acordado àquela hora, ainda mais numa sexta-feira. Mesmo assim, os que tinham costume de ligar provavelmente estavam numa balada de primeira classe ou num barzinho burguês.
Pegou o aparelho. O relógio marcava meia-noite e na tela o identificador de chamadas mostrava um número desconhecido. Apesar disso, decidiu atender.

– John? – a voz era doce, porém totalmente decadente, deixando claro que a mulher no outro lado da linha ou estava bêbada ou chorava, ou até mesmo os dois.
– Quem é? Quem te passou meu número?
– Sou eu, John! A Debby!

Ah, não. Debby era aquela garota que vivia cruzando seu caminho na vizinhança. Já percebera qual era a dela há muito tempo, mas não queria saber de uma patricinha mimada perseguindo-o para onde fosse.
Além disso, ele também não conseguia nem pensar em ficar com ela. Não depois de estudarem juntos toda a infância e de seus pais manterem um relacionamento durante alguns meses.
O telefone apitou nas mãos do rapaz.

– John, só queria ouvir sua voz. – ela continuou com a voz irregular. – Você sabe como me sinto.
– Debby, por favor. Não sei quem te passou meu número, mas não posso falar agora. – tentou inventar uma desculpa.
– Ocupado fazendo o que? Bebendo com uma menina qualquer que acabou de conhecer? John, te conheço há tanto tempo, porque não fala comigo? – ela não fazia muito sentido.

O telefone apitou mais uma vez.
Falar com ela? Mas ele estava falando!

– Tá, já entendi o que ta tentando fazer... – suspirou. – Eu devia mesmo ter aceitado ficar com aquele loirinho, semana passada. Mas não, em vez disso fiquei esperando você olhar pra mim, me dar uma chance...
– Debby, você está bêbada, nem vai lembrar dessa ligação amanhã, chame sua amiga pra cuidar de você, ok? Tenho que ir, estão me chamando...
– Não, John! Eu tô sozinha!

Um barulho no outro lado da linha, ele não conseguiu interpretar. Foi mais como um ruído, algo caindo. O telefone apitou mais uma vez, junto com um grito de fundo na ligação.
A chamada caiu. John olhou para o celular, mas estava desligado.
Sem bateria.

2 comentários:

  1. Oi linda. Bjs.
    Ficou o gostinho de quero ver o resto da historia...

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  2. eu diria que ficou surreal de tão incrivel ,mas ficou incrivel de tão real, e ah, eu li enquanto escutava a música.

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