quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Fúria dos Reis, George R. R. Martin

(contém spoilers de A Guerra dos Tronos)

“Só a morte pode pagar pela vida.” (Jaqen H’ghar)

Neste segundo volume de As Crônicas de Gelo e Fogo, George Martin continua demonstrando seu talento como escritor e comprovando o motivo da série ser tão elogiada em todo o mundo.
Depois de decapitar Eddard Stark, proclamar Renly e Robb como reis e trazer os dragões de volta a vida, A Fúria dos Reis começa em meio à guerra, dor e expectativas para personagens e leitores. Um cometa vermelho brilha no céu e leva para cada um diferentes sinais, mas uma coisa é certa: O Inverno está realmente chegando.

“O inverno chega para todos nós.” (Catelyn Stark)

A guerra domina os Sete Reinos. O Rei do Inverno luta contra os Lannister em busca de vingança, Renly marcha para Porto Real querendo apenas um trono e Stannis tenta juntar um exército para conquistar o poder que acredita ser seu por direito.
Enquanto isso, Arya caminha para casa o mais rápido que pode e Sansa continua prisioneira de Joffrey. E do outro lado do mar, Daenerys cria seus dragões enquanto seus súditos diminuem a cada dia.

“Quero tornar meu reino belo, enchê-lo de homens gordos, belas donzelas e crianças sorridentes. Quero que meu povo sorria quando me vir passar.” (Daenerys Targaryen)

Quem está certo e quem está errado? Isso depende do ponto de vista e todos acreditam carregar a razão consigo. Mesmo que esta razão não seja a honra, mas sim o amor ou a autopreservação.
Afinal, como podemos culpar uma mãe por defender seus filhos e por dar a luz a bastardos quando foi obrigada a casar com um homem que não amava? Ou como negar o desejo de vingança quando seu pai ou irmão está morto injustamente?

“Lugares cruéis geram povos cruéis.” (Meistre Luwin)

E de que adianta rogar aos deuses por sucesso ou misericórdia quando cada rei acredita em uma entidade diferente e todos eles tiveram suas derrotas e vitórias? Como acreditar quando as punições vieram até mesmo para os mais fiéis e puros?
São essas questões que George Martin coloca para todos nós em sua obra e mais uma vez mostra que pontos de vista definem a opinião que se tem sobre as coisas ou o sentimento que cada um merece receber.

“Há um vazio dentro de mim onde um dia tive o coração.” (Catelyn Stark)

E dessa forma o autor constrói mais um volume incrivelmente bom e deixa uma vontade louca de pular para o próximo livro imediatamente. Uma obra escrita em torno do amor, o amor que gera o ódio, o desejo pelo poder, pela vingança ou ainda pela justiça, mas ainda assim, sempre gerados pelo amor.

“O amor é veneno. Um doce veneno, sim, mas mata do mesmo jeito.” (Cersei Lannister)


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