(contém spoilers de A Guerra dos Tronos)
“Só
a morte pode pagar pela vida.” (Jaqen H’ghar)
Neste
segundo volume de As Crônicas de Gelo e
Fogo, George Martin continua demonstrando seu talento como escritor e
comprovando o motivo da série ser tão elogiada em todo o mundo.
Depois
de decapitar Eddard Stark, proclamar Renly e Robb como reis e trazer os dragões
de volta a vida, A Fúria dos Reis
começa em meio à guerra, dor e expectativas para personagens e leitores. Um
cometa vermelho brilha no céu e leva para cada um diferentes sinais, mas uma
coisa é certa: O Inverno está realmente chegando.
“O
inverno chega para todos nós.” (Catelyn Stark)
A
guerra domina os Sete Reinos. O Rei do Inverno luta contra os Lannister em
busca de vingança, Renly marcha para Porto Real querendo apenas um trono e
Stannis tenta juntar um exército para conquistar o poder que acredita ser seu
por direito.
Enquanto
isso, Arya caminha para casa o mais rápido que pode e Sansa continua
prisioneira de Joffrey. E do outro lado do mar, Daenerys cria seus dragões
enquanto seus súditos diminuem a cada dia.
“Quero
tornar meu reino belo, enchê-lo de homens gordos, belas donzelas e crianças
sorridentes. Quero que meu povo sorria quando me vir passar.” (Daenerys
Targaryen)
Quem
está certo e quem está errado? Isso depende do ponto de vista e todos acreditam
carregar a razão consigo. Mesmo que esta razão não seja a honra, mas sim o amor
ou a autopreservação.
Afinal,
como podemos culpar uma mãe por defender seus filhos e por dar a luz a
bastardos quando foi obrigada a casar com um homem que não amava? Ou como negar
o desejo de vingança quando seu pai ou irmão está morto injustamente?
“Lugares
cruéis geram povos cruéis.” (Meistre Luwin)
E
de que adianta rogar aos deuses por sucesso ou misericórdia quando cada rei
acredita em uma entidade diferente e todos eles tiveram suas derrotas e
vitórias? Como acreditar quando as punições vieram até mesmo para os mais fiéis
e puros?
São
essas questões que George Martin coloca para todos nós em sua obra e mais uma
vez mostra que pontos de vista definem a opinião que se tem sobre as coisas ou
o sentimento que cada um merece receber.
“Há
um vazio dentro de mim onde um dia tive o coração.” (Catelyn Stark)
E
dessa forma o autor constrói mais um volume incrivelmente bom e deixa uma
vontade louca de pular para o próximo livro imediatamente. Uma obra escrita em
torno do amor, o amor que gera o ódio, o desejo pelo poder, pela vingança ou
ainda pela justiça, mas ainda assim, sempre gerados pelo amor.
“O
amor é veneno. Um doce veneno, sim, mas mata do mesmo jeito.” (Cersei
Lannister)
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