“Namoros,
no fim das contas, acabam de um só jeito: mal. Se você pensar bem, e Colin
sempre fazia isso, todo relacionamento amoroso termina ou em (1) rompimento,
(2) divórcio ou (3) morte.”
O
Teorema de Katherine conta a história de Colin, um garoto prodígio super
inteligente e fascinado por anagramas (♥) que só namora Katherines (por
enquanto). Foram 19 até o começo do livro, e a XIX acaba de terminar com ele,
como quase todas fizeram.
Colin
sai em uma viagem de carro com seu melhor amigo, Hassan, buscando alguma
aventura que o faça esquecer Katherine XIX e deixar a tristeza de lado. E
preciso dizer que o Colin me cativou completamente. Um menino todo apaixonado e
cheio de amor pra oferecer, e ao mesmo tempo um terminado* nato.
“Chorar é algo a mais: é você mais as lágrimas. Mas o sentimento que Colin
carregava era um macabro choro ao contrário. Era você menos alguma coisa.”
É
durante essa viagem que os dois amigos acabam chegando a Gutshot – uma
cidadezinha mantida por uma fábrica têxtil e cheia de pessoas simplórias e
gentis – e conhecem Lindsey, que logo faz amizade com os dois e tem um papel
importante na história.
Em
Gutshot, Colin tem seu momento eureca
e decide criar um teorema que prevê os relacionamentos, tentando estimar quando
tempo um casal passaria junto e quem terminaria a relação. Teorema esse que,
acreditava Colin, traria sua última Katherine de volta.
“A
distância que separava Colin e seus óculos permitiu que ele percebesse qual era
o problema: miopia. Ele tinha a vista curta. O futuro jazia à sua frente,
inevitável mas invisível.”
Talvez
toda essa história pareça apenas um romance bobo, mas acontece que Colin é
incrível e John Green um escritor com uma narrativa gostosíssima. Assim sendo,
as palavras vão fluindo de forma agradável e quando você percebe já está todo
envolvido pelo livro.
A obra não é nenhum drama mega chorante como A Culpa é das Estrelas, mas também tem
suas qualidades e seus momentos especiais. Além disso, o casal principal também
tem uma fala muito parecida com o “Ok? Ok.” do outro livro, mas nesse é apenas
“Oi. Oi.”, o que pareceu um pouco engraçado e um pouco repetitivo para mim.
“Não
acho que nossos pedaços perdidos caibam mais dentro da gente depois que eles se
perdem.”
Mas
no final vai além de um romance bobo e acaba com uma reflexão sobre o futuro e
as oportunidades que temos na vida. E como às vezes nos prendemos no passado e
deixamos as coisas boas passarem sem ao menos notar.
O Teorema de Katherine é leve. Não é incrível, mas é uma boa sugestão para
aquele momento entediante ou para intervalo entre livros mais pesados (seja no
tema ou no tamanho).
“Ele
pensou na distância que há entre o que lembramos e o que aconteceu, na
distância entre o que prevemos e o que vai acontecer. E no espaço criado por
essa distância, Colin pensou, havia espaço suficiente para se reinventar...
espaço suficiente para se tornar algo, que não um prodígio, para refazer sua
história de um jeito melhor e diferente... (...) Havia espaço suficiente para
ser qualquer pessoa – qualquer uma, exceto a que ele já fora, porque se tinha
uma coisa que Colin havia aprendido em Gutshot, era que não se pode impedir o
futuro de acontecer. E, pela primeira vez na diva, Colin sorriu pensando no
futuro infinito que se descortinava à sua frente.”
*
Terminado é o termo que Colin inventa para designar aquele que tem seu
relacionamento terminado. O contrário de Terminante, que é quem termina.
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