quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O Sonho de V.


F. e V. surgiram em minha mente é provavel que eles apareçam por aqui de vez em quando. Principalmente enquanto ainda estão aqui fesquinhos na minha mente. E ofereço esse à Dine, porque eles me fazem lembrar dela. 


How could you be so cold as the winter wind... 
Heartless – The Fray


Seus olhos pareciam explorar a paisagem de forma desesperada, buscando entender onde estava e como fora parar naquele local. O sol brilhava forte e o ar era quente, ao contrário de seu coração. Um coração que ela evitava pensar, cheio de sentimentos que ela fingia esquecer, fingia não se importar.
Os passos eram como um movimento instintivo, os detalhes iam passando por sua visão sem que Vivian realmente reparasse neles. Ela apenas fingia reparar. Fingia assim como sempre fazia, em quase todos os momentos. Quase todos.
A mente da garota continuava longe, distraída. E assim ficou até finalmente vê-lo. Ele estava de costas, aparentemente olhando para o grande lago azul a sua frente, o qual era cheio de estranhos reflexos. Seus passos continuaram até se aproximar o bastante para que o rapaz notasse o barulho das folhas sob seus pés.
Ele virou-se devagar, revelando os olhos escuros e os traços misteriosos que compunham sua feição. Sua expressão era apática, o olhar incerto – ao menos até que encontrasse os olhos verdes daquela que o observava. Piscou como se a reconhecesse, e então tudo mudou. Agora parecia possuir um brilho por trás daquele negro que era sua íris, um semi-sorriso formou-se nos lábios. Fez uma reverência.

– Acho que era por você que esperava. – pontuou.
– Ora, como espera por alguém que nem sabe quem é, e que não conhece? – Vivian retrucou.
– Porque era a única que apareceria num lugar como esse.

Ela apertou os olhos demonstrando sua desconfiança naquelas palavras. Afinal, não havia garantia de que ninguém mais fosse até lá, em sua opinião o encontro era apenas uma obra do acaso – mesmo que aquele rosto misterioso a atraísse, não deixava de ser um acaso.

– Não esperava alguém em específico, apenas a pessoa que fosse capaz de me encontrar. – explicou antes que a ruiva pudesse perguntar.
– E por que esperava? – seu tom agora era um pouco mais amistoso.
– Pois era o que eu deveria fazer, e porque aqui tenho tempo para encontrá-la. Mas a pressa nunca é uma boa aliada da curiosidade.

A pergunta calou em seus lábios quando ele terminou a frase. Interrogações surgiam em sua mente, mas ela não poderia simplesmente continuar questionando-o como num interrogatório. Por mais que tivesse vontade de fazê-lo.

– Devo ir agora. – ele quebrou o silencio.
– Mas acabou de me encontrar e já está se despedindo? Diga ao menos seu nome.
– Imaginei que já soubesse. Felipe, e você é Vivian.

A ruiva arregalou os olhos sem entender como ele sabia seu nome, sem entender praticamente nada do que ele falava. Felipe buscou a mão da garota e levou-a aos lábios – como se fazia numa época passada – antes que ela perguntasse algo mais.

– Teremos todo o tempo para próximos encontros, me encontrará novamente se quiser.
– Como? – interrompeu.
– A vida pode ser como nos sonhos, basta desejar. – ele se despediu.

3 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, ESSE É MEU. QUE LINDO, QUE LINDO. MORRAM DE INVEJA, LOSERS -NNN

    "– A vida pode ser como nos sonhos, basta desejar. – ele se despediu."

    Gamei no Felipe, gente, socorro.

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    1. Dine, UHSAUHSUA, mas o Felipe é um lindo mesmo, cheio dos mistério, porque deixar as pessoas curiosas sempre é divo. -qq

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