Esse texto foi escrito em Agosto de 2011, para um exercicio de filosofia da faculdade.
Carregada pelo vento, a folha
segue planando no ar, leve e suave como a caminhar de uma gentil donzela. Mas
chega um momento em que o vento não mais consegue carregar aquela folha seca de
outono, e ela vai caindo, caindo, até que toca a superfície de uma pequena
ponte de madeira.
Enquanto isso, os passos que iam
tiquetaqueando no chão pedregoso passam para a madeira, e o salto fino da
donzela a leva para o outro lado da ponte – mas só depois de passar pela folha
abandonada.
A moça continua seu caminho, sua
mente invadida por tantas lembranças. A moça continua seu caminho levando com
ela – estampada em seu rosto – uma expressão triste e pálida. A moça continua
seu caminho mesmo com as lágrimas que escapam ao piscar de suas pálpebras.
E a gentil donzela vai voando, voando, levada pelo vento que
antes deixara a folha cair. Ela vai andando sabendo que o mesmo vento que guia
sua vida, um dia também a abandonará. O mesmo vento que guiava a vida de tantas
outras pessoas, e que ainda estará com outras.
E o tiquetaquear de seus passos
para, porque ela também para. Seu olhar fixo naquilo que a levou até lá.
Na frente da jovem donzela, uma
superfície de pedra. E na pedra, algumas palavras gravadas. A pedra que era a
lápide de seu pai, aquele que foi guiado pelo vento que ela também era guiada,
aquele que ela encontraria quando o vento a abandonasse também.
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