Este texto é uma Fanfiction de Harry Potter, foi escrito em Maio de 2011 para um desafio intitulado Homens.
Personagem-tema: Percy Weasley
Agradecimentos: A Bis, Lisa, e Dora. Que contribuíram com opiniões
muito preciosas. Sério, obrigada.
A partida de quadribol acabara de
começar quando percebi uma movimentação no campo, era McGonagall, mesmo da
arquibancada – o lugar onde eu estava – era possível visualizar a expressão
tensa da professora, e para o espanto de todos os presentes ali no campo, com
um mega-fone ela informou:
- O jogo foi cancelado. Todos os
alunos devem se dirigir às salas comunais de suas casas, onde os diretores das
casas darão maiores informações. O mais rápido que puderem.
Um burburinho começou
repentinamente, acompanhado pelo medo estampado no rosto de todos os alunos,
principalmente os mais novos ou filhos de trouxas. Se as suspeitas estivessem
corretas, e estavam, um novo ataque havia ocorrido.
Olhei rapidamente para a
arquibancada Ravenclaw, meus olhos procuravam por ela, mas Penelope não estava
lá, senti meu rosto suar.
Ela era mestiça.
Ignorando pela primeira vez meu
dever como monitor – acompanhar os alunos até a sala comunal – corri na direção
de Minerva, sem me deixar ser notado. Na companhia da vice-diretora, além de
alguns professores, estavam dois alunos, Harry Potter e Ron, meu irmão. Não
demoramos a chegar à cena do crime,
no chão se encontravam dois corpos petrificados.
Congelei.
Eram duas alunas, Hermione
Granger e Penelope Clearwater. Minha doce e bela Penelope estava lá,
paralisada, parecendo morta. Senti uma lágrima furtiva correr pela minha pele,
e foi como se isso me acordasse. Eu não podia estar ali, era um monitor e tinha
de ser exemplo para os outros alunos. Lancei mais um breve olhar à monitora
Ravenclaw, dei meia volta e rumei para a sala comunal.
Passando pelo retrato da mulher
gorda encontrei um cômodo muito silencioso, apesar de cheio. Ninguém ousava
fazer qualquer suposição de quem era a vítima da vez, mas o fato de Hermione e
seus dois melhores amigos não estarem no local causava suspeitas.
Algum tempo passou enquanto minha
mente vagava sem rumo em pensamentos desconexos, talvez minutos, talvez horas,
até que o retrato se abriu e por ele surgiu McGonagall acompanhada por Harry e
Ron, os dois alunos secundaristas tinham na face uma expressão de sofrimento.
A professora logo informou sobre
os ataques e passou as novas regras: nenhum aluno poderia andar pelo castelo
desacompanhado de um professor, nenhum aluno poderia sair do seu dormitório
depois do escurecer, as atividades de quadribol estavam canceladas, e os
monitores fariam ainda mais rondas noturnas. Mas foram suas últimas palavras
que acabaram com as esperanças de todos.
- Não preciso acrescentar que
raramente me senti tão aflita. É provável que fechem a escola... a não ser que
o autor desses ataques seja apanhado.
Então Minerva se retirou do local
e não demorou muito para que a sala comunal ficasse vazia, aos poucos todos os
alunos foram para o dormitório, e eu, como monitor, fui cumprir minha ronda,
que apenas me fazia lembrar ainda mais da ravenclaw.
***
Era uma manhã triste, também
pudera, depois que Penelope fora petrificada, não só as manhãs ficaram assim,
mas também as tardes, e principalmente as noites, que era o horário que
namorávamos.
Meu relacionamento com a monitora
começou no quinto ano, nos conhecemos melhor durante as rondas noturnas que
fazíamos juntos, e a cada noite ela me conquistava mais com sua voz gentil,
seus cabelos suaves, seus olhos brilhantes... Não demorou muito tempo para que
começasse a me conquistar e seduzir com seu cheiro doce e sua pele macia.
Durante as férias não parávamos
de trocar cartas, por isso, na maior parte do tempo eu ficava trancado em meu
quarto escrevendo para ela. Tinha certeza, mesmo nunca tendo sido um homem
muito romântico, com relação à Penelope, eu sabia que o sentimento se chamava
amor, e era isso que me guiava nos momentos perigosos que estávamos vivendo
naquele ano.
E naquele ano nosso
relacionamento se tornou muito mais sério, mesmo que eu ainda o escondesse de
minha família, isso não parecia incomodá-la, e a cada noite nossos pecados se
tornavam mais graves. Quem poderia imaginar que eu, o monitor certinho
gryffindor, iria deixar a patrulha obrigatória para namorar as escondidas? Mas
era isso mesmo que fazíamos todas as noites, e também era isso que estávamos
fazendo na noite que Ginny nos encontrou, e por incrível que pareça, eu pude
notar um brilho de satisfação em seus olhos ao ver a ruiva caçula, e percebi
que ela queria aquilo, fazer parte da família, ser oficial, pública.
Depois de reparar naquele brilho
especial no olhar de Penelope, eu decidi que contaria a minha família sobre o
nosso namoro, e então não precisaríamos mais continuar sempre escondidos.
Eu fiz meus planos, mas eles
simplesmente se dissolveram como água quando me deparei com o corpo petrificado
dela no corredor, naquele dia triste que começou com uma partida de quadribol,
a manhã onde meu pesadelo começou.
E lá estava eu, naquela manhã
triste, caminhando em direção a ala hospitalar, mais uma vez usando meu cargo
de monitor para realizar um desejo próprio. Precisava vê-la. E não demorei
muito para chegar ao meu destino.
Visualizei seu corpo imóvel em um
leito.
O ambiente era calmo, tranquilo,
mas naquela ocasião parecia apenas triste. Caminhei a passos lentos até
Penelope, não importava quanto tempo as mandrágoras levassem para crescer, ou
se elas fariam o efeito esperado nas vítimas, eu estaria sempre com ela.
Sentei ao lado da ravenclaw, sua
face estava congelada numa expressão de medo, de terror, os olhos arregalados,
a boca travada num grito mudo, a mão indo em direção ao rosto. O que será que
ela havia visto para causar tanto temor? Uma pergunta que todos na escola
tentavam responder e que ninguém – pelo que eu sabia – até o momento tinha
conseguido.
Minha mão rumou automaticamente
até a dela e não consegui mais aprisionar a tristeza dentro de mim.
Chorei.
Sua pele não era mais aquela
quente e viva que eu conhecia, agora estava pálida, fria, assim como todo seu
corpo, tudo nela parecia isento de vida. Mas eu sabia, dentro de mim, que
aquilo não era verdade, que Penelope estava ali, viva, e uma parte de mim
mantinha a esperança de que ela também me sentia ali.
- Sinto tanto sua falta – falei
para o nada.
Não conseguia desviar meu olhar
de sua face, apertei meus dedos contra os dela inutilmente, como se tentasse transferir
uma parte de minha vida para a ravenclaw. Se pelo menos eu tivesse certeza que
ela me sentia ali, me ouvia.
- Eu te amo Srta. Clearwater –
confessei.
Ouvia o vento passando pelo lado
de fora do castelo, as folhas balançando, o medo ecoando pela escola.
Não sei quando tempo fiquei ali,
segurando sua mão, olhando seu rosto, mas chegou uma hora em que meu coração se
acalmou, seus olhos ardiam por culpa das lágrimas. Soltei seus dedos, levei
minha mão até seu rosto, encostei meus lábios suavemente aos dela e rumei para
outra parte do castelo, tirando meu olhar dela, mas continuando com os
pensamentos na ala hospitalar.
***
Os monitores foram os primeiros a
receber a notícia, a poção das mandrágoras estava pronta, e era hora de
testá-las. Alguns professores rumaram preocupados e esperançosos até a ala
hospitalar, mas não foi permitida a presença de alunos no local.
O castelo estava num misto de
alegria, esperança, preocupação, alerta, e surpresa. Por todos os corredores
era possível encontrar os alunos andando animados, mas a qualquer barulho
diferente eles olhavam para os lados assustados, como se o perigo da câmara
secreta ainda estivesse presente.
A notícia sobre as mandrágoras
também causavam um burburinho fora do normal, a pergunta invadia a cabeça de
todos e também a minha. Será que iria funcionar? Só o tempo poderia responder.
E ele passou, sem trazer a resposta, até que durante o jantar, no salão
comunal, Dumbledore levantou-se com uma expressão séria. O silêncio se
instalou.
- Como todos já sabem, hoje foram
testadas as poções de mandrágora, e tenho o... – ele fez uma pausa – prazer de
informar que elas foram um sucesso.
Os alunos explodiram em vivas e
as portas do salão se abriram, dando passagem para as seis vítimas, meus olhos
fixaram-se imediatamente nela, Penelope, percebi que ela também me procurava,
quando nosso olhar se encontrou seu rosto tornou-se radiante. Sua pele estava
novamente viva, suas bochechas coradas vivamente.
- Já volto – comentei rapidamente
com meus irmãos enquanto uma Hermione corria para um Harry feliz e um Ron um
tanto tímido.
Levantei da mesa apressado e
corri até ela, parando apenas quando cheguei numa distância suficiente para
conseguir abraçá-la.
- Está louco? Estão todos
olhando! – ela pontuou.
Olhei em seus olhos, agora
extremamente brilhantes. Sua pele macia, sua face delicada. Levei minha mão
suavemente até rosto, puxei-a para mim e beijei seus lábios se forma tranquila
e segura. Quando nos separamos percebi um sorriso se formando.
- Obrigada – ela comentou enfim –
por tudo.
Aii que lindo! *--*
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